- Daniel Takata
Wimbledon e Roger Federer: combinação perfeita para finais épicas em 5 sets

Ontem, assistimos à épica final do torneio de Wimbledon, talvez o Grand Slam mais tradicional do tênis.
E a final fez jus a toda essa tradição.
Primeiro, o suíço Roger Federer, maior vencedor da história de torneios de Grand Slam com 20 títulos, derrotou o segundo maior vencedor (18) na semifinal no clássico contra o espanhol Rafael Nadal.
Ontem, ele enfrentou o terceiro nesse ranking, o sérvio Novak Djokovic.
Em uma batalha para os anais da história, Djokovic saiu com o título após 4 horas e 55 minutos de partida - a final mais longa da história de Wimbledon, e a segunda mais longa da história dos torneios de Grand Slam.

Desnecessário dizer que o jogo foi a 5 sets. No 5º set, entrou em ação a regra nova, que determina tie-break quando os jogadores empatam em 12 pontos.
Se não fosse por isso, pode ser que Djokovic e Federer estivessem jogando até agora.
Há algumas estatísticas interessantes que envolvem finais de torneios de Grand Slam que vão a 5 sets.
Na era aberta do tênis, ou seja, após jogadores de outros países serem admitidos no Aberto da Austrália, Aberto da França (Roland Garros), Aberto da Inglaterra (Wimbledon) e Aberto dos Estados Unidos, em 1968, 206 torneios de Grand Slam foram disputados.
Em 39 deles, ou 18,9%, as finais foram até o 5º set.
No Aberto da Austrália, foram 7 de 51 finais (13,7%).
Em Roland Garros, 8 de 52 (15,4%).
No Aberto dos Estados Unidos, 8 de 51 (15,7%).
Wimbledon é responsável pelo número mais discrepante: 16 de 52 (30,8%).
Aproximadamente o dobro de ocorrências em comparação aos outros torneios de Grand Slam.
Por que isso ocorre? O estilo de jogo dos tenistas na grama inglesa, superfície muito particular, favorece isso? A velocidade mais rápida do jogo faz com que as coisas fiquem equilibradas?
Pode ser.
E agora segue um outro dado interessante.
Das 39 finais de Grand Slam que foram decididas no 5º set, 9 delas - mais de 25% - tiveram participação de Roger Federer.
Ele disputou até hoje 31 finais de Grand Slam, ou seja, 29% dessas finais foram disputadas em 5 sets.

Para efeito de comparação, Novak Djokovic disputou 25 finais e em 4 (16%) jogou até o 5º set.
Os números de Rafael Nadal, por sua vez, são 5 de 26 (19,2%).
Quem chega mais perto de Federer na história do tênis são justamente Nadal e o sueco Bjorn Borg, com 5 disputas - ou seja, quase a metade.
Pode-se dizer, então, que Wimbledon é o torneio das finais de 5 sets.
E que Roger Federer é o rei de levar finais de Grand Slam até o 5º set.
Como não poderia deixar de ser, a maioria de suas finais em 5 sets ocorreram em Wimbledon: nada menos que 5 de 9!
Federer e Wimbledon, combinação perfeita para finais épicas e históricas em 5 sets.
Como esquecer a batalha de 2008 contra Rafael Nadal, tida por muitos como o maior jogo de tênis da história?
Ou a final de 2009 contra o americano Andy Roddick, com um incrível 16-14 no último set?
A final de ontem também jamais será esquecida.
Será que no ano que vem teremos mais?